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Cultura

Carrard recebe duas homenagens em uma semana

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Quem conhece Arno Eugênio Carrard maravilhado fica ao ouvir os seus relatos, o que dizer então daqueles que nunca tiveram o privilégio de escutar a sua oratória. Assim, em São Pedro da Serra, quando Arno Eugênio recebeu o título de Cidadão Honorário, era perceptível a alegria de ser plateia para o renomado advogado.
Depois da premiação entregue e dos discursos, o comentário era um só: a facilidade em Carrard colocar as palavras e, com elas, emocionar. Mas não foi apenas Carrard que fez uso da palavra, pois o vereador proponente, André Mallmann, falou aos presentes, explicando os motivos de homenagear o advogado da emancipação. “Reconhecer o que foi feito por Carrard é reconhecer a nossa própria história. Se hoje somos município isso se dá pelo trabalho gratuito que ele fez e pelo esforço sem par dos nossos emancipadores. Que a homenagem a Carrard seja também a eles todos”, disse André Mallmann recordando os personagens de outro tempo, assim como o seu avô, Sílvio, que no dia da homenagem estava comemorando 91 anos de vida.
O presidente do legislativo, André Adilson Artus, também fez uso da fala que lhe cabia, elogiando Carrard e afirmando que a emancipação não veio pela cor partidária, mas pela paixão pela terra. “Não foi um partido que emancipou São Pedro. Foi a comunidade. E pela comunidade devemos lutar. São Pedro é uma grande família e deve continuar assim”, pontuou o presidente.
A prefeita Isabel Cornelius, com menos palavras, aproveitou para parabenizar Carrard e agradecer o que ele fez por São Pedro da Serra. Assim também os vereadores, que votaram de maneira favorável, renderam agradecimentos ao advogado bom-principiense e, agora, são-pedrense.
“Lembro de tantas pessoas desta terra. De tantas histórias que aqui aconteceram. Mas para rever os meus amigos teria que ir ao campo santo e sobre a laje fria me sentar, conversando com aqueles que ali repousam na santidade. Mas, que bom, ainda há muitos dos nossos emancipadores aqui e a eles agradeço a oportunidade que me deram em participar de vossa história. Ao vereador proponente e seus nobres pares, muito obrigado. Não esqueçam que a história deve ser feita a cada dia, por muitas mãos. Agora é a vossa vez”, comentou Carrard, fazendo referência às personagens como o presidente da comissão emancipadora Romeu Lermen. “Não vamos contar detalhes do que se passou pois ficaríamos dias aqui e as pessoas ficariam piedosas de nós, e não é esse o intuito. Conseguimos o que queríamos. Não podemos imaginar São Pedro como distrito de Salvador do Sul. Era apenas uma rua, entre a cidade a qual pertencia e Linha Francesa. Hoje, pasmem, nos perdemos no emaranhado de ruas e devemos voltar pra cá com um GPS”, disse falando do crescimento, arrancando risadas dos presentes.
O presidente da comissão emancipadora, Romeu Lermen, teve a honra de entregar ao advogado a homenagem em forma de placa e, a todos os outros emancipacionistas convidou para uma foto ao lado do amigo que, para São Pedro da Serra foi um pai, afinal, de seus atos fez nascer, em 1992, um filho de imenso progresso.

AMVARC E COREDE

Corede Vale do Caí e Amvarc, duas das entidades representativas dos municípios de nossa região, tiveram na semana que passou uma programação de final de ano, onde parte dos prefeitos se fez presente. Outros tinham representação e assim viram, Arno Eugênio Carrard, ser chamado para receber uma homenagem.
Quando Arno iniciou o seu maior projeto de vida, enfrentar o sistema ditatorial e buscar pela emancipação de Bom Princípio, em 1982, nem ele sabia o quanto seria importante o seu ato. O Vale do Caí era formado, até então por Montenegro, Caí, Feliz, Portão e Salvador do Sul. Nada além. Bom Princípio foi declarado município e, pouco tempo depois o telefone de Arno e a sua campainha, em Porto Alegre ou na Terra do Moranguinho, não paravam de tocar. Eram outros buscando o mesmo sonho e, pasmem, tiveram o apoio gratuito dele. “Foram mais de 200 municípios emancipados pelas mãos de Carrard e todos devem se sentir orgulhosos do nosso advogado e amigo”, conta Alzir Bach, presidente do Coredes e um dos proponentes da homenagem.
Alzir e o prefeito de Feliz, Albano Kunrath, fizeram a entrega oficial, representando a todos e sendo aplaudidos, assim como os atos de Carrard. “O que seria de Linha Nova, por exemplo, se ainda pertencesse à Feliz?”, questionou Arno no começo de sua fala. Pois assim todos os outros emancipados não teriam o mesmo desenvolvimento que obtiveram até hoje. “Uns mais, outros menos, mas todos cresceram e mostraram que a luta foi válida. Alguns dos prefeitos das cidades mães lutaram contra as emancipações, mas vontade do povo, a democracia foi superior”, relatou Carrard com a placa em suas mãos e sob observância de todos.
O ex-prefeito de Feliz e ex-presidente da Famurs, Clóvis José Assmann, anfitrião da noite ao lado do seu filho Emanuel, fez referência a Arno como um dos mais hábeis advogados da área pública e também salientou o poder de oratória do pai das emancipações. E um elogio vindo de Clóvis, em referência à oratória, é quase que um troféu, pois o próprio Assmann é um orador de primeiríssima linha.
O encontro que homenageou Carrard terminou ao som da Fröhliche Blasskapelle e ao sabor inigualável de um eisbein regado à cerveja felizense. Uma noite feliz para Carrard e todos os que viram nascer o, hoje denominado, Vale da Felicidade.

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PROJETO CULTURAL DA LIC TEM CONTINUIDADE

 

O Projeto Cultural “Da Europa e da Argentina para o Rio Grande do Sul: Integrando Culturas”, inscrito na LIC pelo proponente 3178 – Jacinto José Klein, de Bom Princípio, tem continuidade nos dias 7, 8 e 9 de janeiro. Desta vez com um novo formato: todos os vídeos dos grupos e artistas participantes serão hospedados no perfil do Facebook do próprio proponente Jacinto Klein, onde poderão ser assistidos e compartilhados; isso deve-se ao fato de que, durante a pandemia, uma boa parte do projeto ainda deveria ter sido executada, porém, como não foi possível fazê-lo presencialmente, por causa das circunstancias sanitárias, optou-se pelo meio virtual.

Participam desta última parte do projeto vários grupos, orquestras e artistas solo do Rio Grande do Sul como a orquestra WBK e a Orquestra de Salvador do Sul, bem como artistas da Áustria como Konis Hupen e Duo Abendrot, além de um grupo da Argentina.

Os artistas foram distribuídos em três grupos e seus vídeos estarão disponíveis a partir das seguintes datas:

07/01/2022  Orquestra Winterchneise Blaskapelle (WBK), Guilherme Bertollo, Alexandre César, dupla Allan e Kauã, Grupo vocal do Vale das Flores, Bandinha Santa Cecília, Coral de Meninas de Bom Princípio, Elo de Vozes, Coro Masculino de Bom Princípio, Hoch Tirol + Konis Hupen, da Áustria.

08/01/22      Orquestra Municipal de Sopros de Salvador do Sul e Duo Abendrot, da Áustria.

09/01/2022  Orquestra Jovem de Imigrante e Lustiger Takt Orchester, da Argentina.

 

PRIMEIRA ETAPA DO PROJETO FOI EM 2019

O projeto da “Europa e da Argentina para o Rio Grande do Sul: Integrando Culturas – 1ª Edição” teve sua primeira parte executada em 2019 nas cidades de São Sebastião do Caí e Feliz, com atrações locais e internacionais, como os alemães Dj Michael Maus e a banda de rock and roll Die Eyes Boys. A primeira etapa do projeto não poderia ter sido melhor: seja pelo intercâmbio cultural proporcionado ou pelo público numeroso atingido. A ideia é repetir o feito, desta vez no formato virtual.

 

DA LIC RS

O produtor cultural Jacinto José Klein, de Bom Princípio, ainda comemora com muita alegria e gratidão o êxito da primeira parte do projeto cultural da LIC RS, que atingiu todos os seus objetivos, seja em musicalidade, em integração de culturas e o grande público presente nos eventos, que tiveram entrada gratuita. O produtor agradece a oportunidade de poder levar cultura através de um projeto cultural estadual para tantas pessoas e agradece, também, o patrocínio da Bartzen Ambientes Planejados nesse projeto.

Jacinto estende sua gratidão à LIC, ao Pró-cultura RS e à Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, que aprovaram o projeto e aceitaram a readequação de parte dele para o formato virtual, possibilitando que novos grupos passassem a participar do projeto, demonstrando sua arte e cultura e, além disso, sendo remunerados nestes tempos difíceis para o segmento cultural.

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Felizense, do IFRS, é Ouro em Astronomia

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Essa é para encher de orgulho todas aquelas pessoas que acreditam que apenas a educação será capaz de fazer um mundo melhor. Afinal, ver um jovem, da cidade de Feliz, estudante do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) vencer uma competição nacional é algo totalmente fora da curva.
Andrius Nunes Zimmer, aluno do Curso Técnico em Química integrado ao Ensino Médio do Campus Feliz, recebeu Medalha de Ouro na 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e Medalha de Bronze na 15ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG).


A primeira premiação na OBA foi a Medalha de Bronze conquistada quando Andrius ainda estudava no 9º ano do Ensino Fundamental, na Escola Alfredo Spier, do município de Feliz, em 2018. No ano seguinte, o aluno ingressou no Campus Feliz do IFRS e em 2020 conquistou a Medalha de Prata. Em 2021, além da Medalha de Ouro na OBA, o estudante também conquistou a Medalha de Bronze na MOBFOG, na modalidade foguete virtual.
Andrius já foi bolsista do Clube de Astronomia do campus e conta que “foi uma surpresa receber a medalha de ouro, mas foi uma surpresa maior receber a medalha de bronze na MOBFOG, já que era algo totalmente novo para mim”.
A participação na MOBFOG gerou dúvidas e expectativas, mas também pode servir de motivação: “No início é bem intimidador fazer o foguete virtual, eu não sabia mexer no software e ainda pensava que precisaria saber engenharia aeroespacial, mas ao estudar um pouco, percebi que estava errado. O software é simples e existe conteúdo sobre ele na internet, o que facilitou ainda mais meu aprendizado, também percebi que não é preciso saber engenharia aeroespacial, com alguns conceitos básicos e um tempo brincando no software foi possível fazer o foguete. Admito que ano passado não participei da MOBFOG por medo, agora eu me arrependo de ter perdido essa oportunidade, então gostaria de servir como exemplo, se você tiver interesse na OBA, MOBFOG ou em outra atividade, não tenha medo e aproveite a oportunidade”, relata o estudante.
A 24ª edição da OBA foi realizada nos dias 27 e 28 de maio de 2021, de forma online. O resultado obtido pelo Andrius possibilitará que o aluno participe das seletivas para compor a equipe brasileira nas Olimpíadas Internacionais.


A OBA é realizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) entre alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio.
Tem por objetivos fomentar o interesse dos jovens pela Astronomia, Astronáutica e ciências afins, promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa, mobilizando em mutirão nacional, além dos próprios alunos, profissionais da educação, pais, escolas, planetários, clubes de Astronomia, astrônomos profissionais e amadores, etc.
O resultado de Anderson é fruto de talento, dedicação, comprometimento, estudo e apoio, mostrando ser possível ir além do lugar comum. Sua vitória é merecedora de aplausos e reverências. Que seja exemplo para outros mais.

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Alice no País da Pandemia

A atividade de escrita de um texto que refletisse as vivências e experiências dos estudantes na quarentena e que dialogasse com teorias, dados e opiniões acerca do tema foi proposta pela professora de Língua Portuguesa e Literatura do IFRS, campus Feliz, Izandra Alves. A tarefa faz parte das atividades remotas realizadas pelos alunos dos Segundos Anos Integrados ao Ensino Médio: Técnico em Química e Meio Ambiente, dessa mesma instituição. O texto que aqui apresentamos é da estudante Rebecca Dresch Maldaner, que aproxima os personagens de um clássico da literatura universal com os cidadãos comuns que vivem as inconstâncias e inseguranças dessa interminável quarentena.

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Por: Rebecca Dresch Maldaner

Nos dias de “normalidade”, antes da pandemia provocada pelo Covid-19 e pelo isolamento social, vivíamos como a pequena Alice Liddell, de Lewis Carroll, obra publicada em 1865. Corríamos atrás do tempo, representado pelo Coelho Branco, até que, de uma hora para a outra, caímos em um buraco escuro onde as coisas não fazem sentido. As leis da gravidade, que podemos chamar de conhecimento, entram em “choque” por aqui, tudo é novo. No chão, nos deparamos com uma porta pela qual nem todos passariam; é ela que dá acesso a um novo mundo apresentado pelo Coelho Branco. Para que Alice (indivíduos da sociedade) passe, teve que se adaptar ao tamanho da porta; tomar o líquido do frasco em que estava escrito “beba-me” para encolher (como é o caso de muitas empresas que tiveram que demitir seus funcionários, por exemplo). Contudo, antes de cruzar a porta, a pequena garota se desespera. Derrama lágrimas suficientes para formar um mar. Mas, como ela mesma pôde ver, de nada adiantou desesperar-se.

Cruzando a porta, Alice encontra um mundo totalmente diferente. Lá, encontrou-se com a Lagarta Azul, um personagem profundo que poderíamos associar a nós mesmos. É aí que nos perguntamos quem queremos ser, “de que altura” queremos ser. Também encontrou no seu caminho o Gato de Cheshire (associamos à mídia, pois deixa bem claro que há loucos por todas as partes, embora ela não queira estar com os loucos), que Alice julga ser simpático, porém suas garras são compridas e afiadas e tem muitos dentes em um sorriso infinito, o que a deixa insegura. Ele tenta “ajudar e informar” Alice sobre o que está acontecendo, quando a menina pergunta qual caminho tomar. Como resposta, o Gato retorna o questionamento: “para onde você quer ir?”. Alice diz que isso não importa, ela está dividida entre ir para a esquerda (visitar a Lebre de Março – médicos) ou para a direita (visitar o Chapeleiro Maluco – governantes).

Ela escolhe o caminho da direita e, chegando lá, encontra uma mesa posta para várias pessoas. O Chapeleiro Maluco e a Lebre de Março estão tomando chá, enquanto Caxinguelê (Educação) está em “um dorme e acorda” constante porque espera orientações sobre atuar ou não; por algumas vezes, toma iniciativas e retoma algumas atividades, porém, não alcança a todos pelas grandes diferenças sociais; então, torna a aguardar orientações dos órgãos competentes. A Lebre de Março está surtando, da mesma forma como entra em colapso o sistema de saúde, e, logo no início da conversa, diz que não há lugar para mais nada e ninguém. O Chapeleiro Maluco pergunta à menina “por que um corvo se parece com uma escrivaninha?”, uma pergunta sem resposta, como a que os nossos líderes nos fazem: prevenir a saúde ou salvar os lucros? A diferença é que essa última questão divide a população.

Saindo desse chá-conversa, onde ninguém entrava em consenso, Alice vai a um jardim onde que havia uma roseira enorme, cheia de rosas brancas. Três jardineiros, empregados pela Rainha Vermelha (representante do vírus causador da Covid-19) estão pintando as rosas de rubro (cada rosa pintada pode representar uma vida perdida, mais uma vítima dessa doença) e Alice pergunta o motivo de estarem fazendo isso. Um responde que deveriam ter plantado rosas vermelhas (atingido todas as pessoas de uma vez) e que se atrapalharam, plantando uma roseira branca (o distanciamento e isolamento social retardaram o avanço das contaminações). Portanto, deveriam pintá-las antes que a Rainha Vermelha visse e os decapitasse. A Rainha veio e quis decapitar Alice, mas o Rei intervém a tempo e a menina é “absolvida” de sua culpa. Não muito tempo depois, quando a garota quer se inteirar dos assuntos do Reino em um julgamento (devido a sua grande curiosidade sobre tudo), sua sentença é reposta.

Alice, então, retorna de sua aventura. Está, agora, deitada sob a sobra de uma árvore com a irmã. Ela acredita que escapou de sua sentença, mas a sociedade escapará? Alice tem certeza de que não é mais a mesma menina após ter vivenciado as experiências no País das Pandemia. E nós, podemos dizer o mesmo? E se pudermos, foi uma mudança boa, ou caminhamos para uma vivência mais fechada em nós mesmos, em nossas individualidades, egoísmos e problemas? “Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: quanto tempo?”

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